Frutas e Árvores da Região Amazônica

Frutas da Amazônia

São encontradas generosamente nos alagadiços dos rios, furos e igarapés ou nos altos das terras firmes. Com mais de uma centena de espécies comestíveis, são as frutas regionais as responsáveis diretas pelo indefinível, requintado e, muitas vezes, exótico sabor das deliciosas sobremesas que enriquecem a mesa paraense. Venha conhecê-las.

 

Guaraná

O guaraná é um arbusto originário da Amazônia, encontrado no Brasil, Peru, Colômbia e Venezuela, cultivado principalmente no município de Maués AM e na Bahia. Seu nome científico é Paullinia cupana Kunth e pertence a família Sapindaceae. O nome Paullinia foi atribuído por Lineu ao género a que pertence o guaraná em homenagem ao médico e botânico alemão Simon Pauli. É também conhecido por uaraná, narana, guaranauva, guaranaina, guaraná cerebral e guaraná-da-amazônia.
O seu fruto possui grande quantidade de cafeína (chamada de guaraína quando encontrada no guaraná) e devido a suas propriedades estimulantes é usada na fabricação de xaropes, barras, pós e refrigerantes. Tem casca vermelha e quando maduro deixa aparecer a polpa branca e suas sementes, assemelhando-se com olhos. Na região próxima ao município de Maués, onde é cultivada, os índios da nação saterê-mawé têm lendas sobre a origem da planta.
Em Portugal, produzem-se refrigerantes de guaraná desde o final da década de 1990, sendo inicialmente importados do Brasil. O refrigerante de guaraná mais vendido do mundo é o Guaraná Antarctica, produzido desde abril de 1921 no Brasil.

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Açaí

Bebida extraída do pequeno fruto do açaizeiro, palmeira de porte esguio que chega a  alcançar  30 m  de  altura  e  que  produz  cachos  com  dezenas  de  caroços (frutos) redondinhos. De cor arroxeada, a bebida é assim extraída: colocam-se os caroços do açaí de molho na água para amolecer a casca fina que os reveste. Em seguida os caroços são amassados com água em alguidar de barro ou máquina própria, coando-se então a mistura em peneiras especiais para que se obtenha um líquido roxo, espesso e de sabor característico incomparável. Toma-se gelado com açúcar, farinha de tapioca ou farinha-d'água. Há quem o aprecie sem açúcar. É nutritivo e refrescante. É também delicioso no preparo de sorvetes, licores, mousses, etc.


Bacaba

Bebida extraída da palmeira de mesmo nome, que dá frutos em cachos com dezenas de caroços. Para a obtenção da bebida procede-se da mesma forma que no preparo do açaí. Obtém-se assim um líquido de cor parda, servido gelado com açúcar, farinha de tapioca ou farinha-d'água. Deliciosa e refrescante, a bacaba é, no entanto, menos popular que o açaí. Muito usada também para fazer sorvetes.


Cupuaçu

Fruto cilíndrico com mais ou menos 20 cm de comprimento por 13 cm de diâmetro, arredondado nas extremidades. Casca dura de cor marrom-escura. Dentro cerca de 50 sementes graúdas recobertas inteiramente por massa branca, bastante espessa, de perfume forte e agradável e delicioso sabor agri-doce. Dele se faz refresco - também conhecido no Pará como "vinho de cupuaçu" -, sorvetes, geléias, pudins, tortas, cremes, bolos, licores, compotas, recheios, mousses e inúmeros outros doces.


Castanha - da - Amazônia

Fruto da castanheira, árvore de porte magnífico e dimensões notáveis, com tronco de até 4 m de diâmetro, chegando a alcançar 50 m de altura. O fruto (ouriço) é esférico, de 11 a 14 cm de diâmetro, com  peso  variável  entre  700   e  1.500 grs. O ouriço tem casca lenhosa, muito dura, contendo de 11 a 22 amêndoas ou castanhas graúdas, envoltas por casca lenhosa fina, pouco resistente. Essas castanhas são comestíveis, muito saborosas e de elevado sabor alimentício. A Castanha-do-Pará é muito usada para a confecção de confeitos, recheios, coberturas de bolos, além de doces diversos. Quando frescas fornecem o leite usado na preparação de vários pratos típicos da cozinha paraense. Apreciada em todo o mundo, é um dos principais produtos de exportação do Pará.

Bacuri

É o fruto do bacurizeiro, árvore frondosa, magnífica quando coberta de flores róseas ou, raramente, brancas. O Bacuri é, em geral, pouco maior que uma laranja graúda. Tem casca grossa e resinosa de cor amarelada. Dentro encontramos duas a três sementes grandes, revestidas de polpa branca perfumada, com excelente sabor agri-doce característico. Entre as sementes estão os "filhos", que são pedaços de polpa sem caroço. Seu uso é muito variado, com presença marcante em refrescos, sorvetes, licores, geléias, tortas, cremes, bolos, recheios, mousses, balas e inúmeros outros doces saborosos.


Pupunha

Fruto da pupunheira, palmeira que alcança alturas elevadas com o tronco todo revestido por anéis de espinhos. Isso dificulta a colheita dos cachos com numerosos frutos, que variam de cor de planta para planta: vermelha, amarela, esverdeada, etc.

A pupunha tem o formato aproximado de uma esfera, com achatamento na parte, superior que fica presa ao cacho. Cada fruto apresenta em média 3 cm de diâmetro.

Antes de ser consumida a pupunha deve ser cozida em água e sal. Para comê-la retira-se a pele que a envolve. A polpa, muito saborosa, é amarelada, densa, fibrosa e farinácea. Em seu interior há um coquinho, que é o caroço. Come-se pura, com mel de cana ou manteiga, sendo excelente acompanhamento para café e chá. Igualmente saborosa quando caramelada ou em compota.

 

Tucumã

Fruto do tucumanzeiro, palmeira que chega a alcançar 10m de altura. Essa palmeira produz cachos com numerosos frutos de formato ovóide, casca amarelo-esverdeada e polpa fibrosa, amarela, característica, que reveste o caroço.

Muitas outras frutas típicas do Pará enriquecem esta relação, embora não tenham consumo tão acentuado como as anteriormente citadas: uxi, umari e bacuri-pari. 
Tantas outras têm incidência em todo o Brasil ou em apenas algumas regiões, não sendo exclusividade paraense: mangas, buriti, jenipapo, ingá, graviola, abricó, taperebá-do-sertão, goiaba, jaca, tamarindo, sapoti, carambola, mari-mari, abacaxi, biribá, etc.

 

Muruci

Fruto da pequena árvore que tem o mesmo nome. Seu formato é esférico, achatado nos pólos, com cerca de 1,5cm de diâmetro.
A casca é uma película de cor amarelada e a polpa, que envolve o pequeno caroço, também é amarela. Seu perfume agradável não pode ser comparado aos de nenhuma outra fruta, tais as suas características exclusivas. É delicioso como refresco, sorvete e em uma infinidade de doces.

 

Piquiá

Fruto da árvore de mesmo nome, cujo tronco atinge alturas consideráveis. Tem forma esférica, ligeiramente achatada nos pólos, e seu tamanho regula o de uma laranja graúda. A casca, de cor marrom-acinzentada, é espessa e carnuda, com quatro bagos em forma de rim, composta de polpa amarela de 3 a 10 mm de espessura, aderente a um caroço lenhoso, muito duro, que contém uma amêndoa comestível e bastante apreciada.

 

Tapereba

Fruto do taperebazeiro, árvore de grande porte. Tem formato cilíndrico, com arredondamento nas extremidades. Seu tamanho é idêntico ao de uma pequena ameixa. A casca é uma película que envolve polpa de não mais de 3 mm de espessura, aderente a um caroço que é a parte maior da fruta. O taperebá é amarelo-escuro, muito perfumado, ácido, mas de excelente sabor adocicado. Especialmente apreciado em refrescos, sorvetes e licores.

 

Comidinhas e Gulosemas

 

Além dos sorvetes, refrescos, pudins, tortas, cremes, licores, compotas, mousses e balas - entre outras do Pará, você ainda vai encontrar outras delícias de confecção artesanal e sabor caseiro, como: beijo de moça, munguzá ou mingau de milho, beiju de mandioca, mingau de banana verde, beiju-poqueca, tapioquinha, beiju-curuba, mingau de açaí, mingau de bacaba, beiju-xica e tantas coisas mais que você imaginar.